Neste post falaremos sobre as proposições da BNCC para o desenvolvimento do pensamento algébrico com estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental.

Assista ao conteúdo deste post nos vídeos a seguir!

Nesta série de posts estamos analisando as proposições da BNCC para o Ensino de Álgebra em todos os anos do Ensino Fundamental, desde o 1º até o 9º.

Vale lembrar que, antes da BNCC, o ensino de Álgebra, em sua formalidade, surgia apenas no 7º ano do Ensino Fundamental. Mas, agora, essa unidade temática aparece desde o 1º ano do Ensino Fundamental, como já foi tratado nos posts anteriores.

Vamos, então, analisar a primeira habilidade de Álgebra para o 6º ano do Ensino Fundamental.

Unidade temáticaObjetos de conhecimentoHabilidades
ÁlgebraProblemas que tratam da partição de um todo em duas partes desiguais, envolvendo razões entre as partes e entre uma das partes e o todo(EF06MA14) Reconhecer que a relação de igualdade matemática não se altera ao adicionar, subtrair, multiplicar ou dividir os seus dois membros por um mesmo número e utilizar essa noção para determinar valores desconhecidos na resolução de problemas.

Se você acompanha os posts viu que quando falávamos de Álgebra no 5º ano do Ensino Fundamental, o que se propunha lá é praticamente o que se propõe aqui. Só utilizaram palavras diferentes.

Esse reconhecimento de que a igualdade é mantida quando uma mesma operação é realizada nos dois membros de uma igualdade é a base para a resolução de equações. É uma compreensão essencial para o estudante.

E antes, o desenvolvimento dessa ideia, ocorria somente lá no 7º ano do Ensino Fundamental. Agora, isso já ocorre bem antes e a ideia é que o estudante, no 6º ano, já esteja com essa habilidade bem desenvolvida, mesmo que, nesse ano escolar, os estudantes ainda não tenham que lidar com a linguagem algébrica de forma específica.

Perceba que o que se propõe nessa habilidade é que o estudante seja capaz de utilizar esse conhecimento relacionado às igualdades na resolução de problemas. Ou seja, o foco é no pensamento algébrico relacionado às propriedades das igualdades, não na linguagem algébrica em si, com todas as suas formalidades.

Resta esperar o que os livros didáticos vão propor em relação a isso. Pois isso depende da visão a respeito da resolução de problemas. 

Vamos analisar a próxima habilidade? Ela fala sobre proporcionalidade.

Unidade temáticaObjetos de conhecimentoHabilidades
ÁlgebraProblemas que tratam da partição de um todo em duas partes desiguais, envolvendo razões entre as partes e entre uma das partes e o todo(EF06MA15) Resolver e elaborar problemas que envolvam a partilha de uma quantidade em duas partes desiguais, envolvendo relações aditivas e multiplicativas, bem como a razão entre as partes e entre uma das partes e o todo.

É importante destacar que ainda não se fala de procedimentos algébricos nesse momento. Muita gente sabe que existe um mecanismo algébrico que agiliza a resolução de uma regra de três, mas a ideia, nesse momento, é utilizar mecanismos próprios com base no domínio do conceito de proporcionalidade.

Até porque a pessoa pode até conhecer os mecanismos algébricos de resolução de uma regra de três, mas se ela não entende o conceito de proporcionalidade, o procedimento algébrico pode não servir para muita coisa.

A habilidade fala sobre resolução e elaboração de problemas que envolvam partilha de uma quantidade em partes desiguais, sobre as quais já falamos nos vídeos relacionados ao 5º ano. Eu te convido a assisti-los para dar uma olhada nas situações que eu apresentei lá.

Falando sobre problemas de divisão em partes desiguais, mas com relações aditivas e multiplicativas, a gente consegue enxergar situações que poderiam ser resolvidas com sistemas de equações com duas incógnitas. 

Mas, lembre-se, nesse momento, os estudantes não iniciaram o estudo da linguagem algébrica com profundidade, portanto, eles precisam recorrer aos próprios recursos e utilizar o conhecimento que possuem sobre proporcionalidade.

Quer ver um exemplo? A soma das idades de duas pessoas é de 66 anos. Uma das pessoas tem o dobro da idade da outra. Quais são as idades das duas pessoas? 

Como eu disse, esse poderia ser um problema facilmente resolvido com um sistema de equações, mas não é esse o objetivo. Vamos só enxergar a habilidade que eu citei anteriormente nesse problema. Trata-se de um problema de divisão em partes desiguais, pois é como se a gente estivesse distribuindo a soma das idades, que é de 66 anos, entre duas pessoas, mas uma das pessoas possui o dobro da idade da outra pessoa. 

Quando a gente utiliza essa ideia de que uma idade é o dobro da outra, temos aí uma relação multiplicativa, pois a idade de uma pessoa é igual à idade da outra pessoa multiplicada por dois. E quando a gente fala que a soma das duas idades é de 66 anos, temos aí uma relação aditiva.

Então, em comparação com o 5º ano, existe um aumento gradual no nível de complexidade das situações a serem resolvidas, mas isso tudo é muito importante para que o estudante já comece a estudar a linguagem algébrica, no 7º ano, com o pensamento algébrico bem desenvolvido.

Esse é o motivo pelo qual a unidade temática Álgebra agora é trabalhada desde o 1º ano do Ensino Fundamental. 

Para finalizar a análise dessa habilidade, vamos lembrar que aparece lá o seguinte: “A razão entre as partes e entre uma das partes e o todo”

Como eu já falei de forma bem detalhada sobre isso nos vídeos para o 5º ano, eu te convido a assisti-los, se você ainda não fez isso. O link para assistir a todos os vídeos dessa série aparece no fim desse post.

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Grande abraço e bons estudos!