Neste post vamos analisar mais um objetivo de aprendizagem e desenvolvimento proposto pela Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, para a Educação Infantil, mais especificamente para as chamadas crianças pequenas, de 4 anos até 5 anos e 11 meses.

Objetivo EI03ET05

Classificar objetos e figuras de acordo com suas semelhanças e diferenças.
Abordagem das experiências de aprendizagem

As crianças pequenas aprendem sobre as características e propriedades dos objetos e figuras usando seu corpo e todos os seus sentidos em situações de exploração e investigação. A partir da oportunidade de realizarem repetidas explorações de diferentes objetos e figuras, elas começam a construir conclusões baseadas em suas percepções físicas imediatas e conseguem classificá-las a partir de atributos ou propriedades que possuem em comum. Nesse contexto, é importante que as crianças pequenas tenham a oportunidade de realizar diversas situações de exploração e investigação de objetos e figuras em suas brincadeiras e em contextos individuais, em duplas ou pequenos grupos, organizados pelo(a) professor(a), observando e comentando obras de artes que exploram formas simétricas, bem como utilizando materiais com formas semelhantes a figuras geométricas para construir imagens e objetos em espaços bidimensionais e tridimensionais.. A observação e a escuta atenta do(a) professor(a) permite que converse com as crianças, apoiando-as em suas descobertas sobre as propriedades dos objetos e figuras e na construção de relações entre elas, favorecendo a ampliação e a consolidação de suas aprendizagens.
Sugestões para o currículo

Ao formular objetivos de aprendizagem e desenvolvimento específicos para o currículo, é desejável detalhar noções, habilidades, atitudes e/ou especificidades locais para cada um dos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento da BNCC. Para as crianças pequenas, é possível construir objetivos específicos relacionados à identificação das propriedades de objetos e figuras, como, por exemplo, identificar suas características geométricas, como formas, bidimensionalidade e tridimensionalidade em situações de brincadeira, exploração e observação de imagens e ambientes e em suas produções artísticas. O currículo local pode, ainda, considerar objetivos específicos relacionados à classificação de objetos ou figuras, como agrupar objetos e/ou figuras a partir de observações, manuseios e comparações sobre suas propriedades.

Assista ao conteúdo deste post no vídeo a seguir!

O objetivo faz parte campo de experiências:

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.

O código do objetivo de hoje é EI03ET05 e o descritivo é:

Classificar objetos e figuras de acordo com suas semelhanças e diferenças.

Quando falávamos das faixas etárias anteriores, objetivos semelhantes a esse apareceram. Vamos relembrar? 

Para os bebês, o objetivo envolvia a manipulação de materiais para comparar diferenças e semelhanças.

Para as crianças bem pequenas, com idades até três anos e onze meses, o objetivo já era mais formal, e trazia a proposta de classificar objetos considerando determinado atributo, que podia ser tamanho, cor, forma, entre outros.

Agora, a ideia é ampliar um pouco mais, pois além de falarmos sobre objetos, também falamos sobre figuras, o que sugere um diálogo mais próximo com a geometria.

Além disso, as comparações não vão se resumir a um único atributo selecionado, pois as palavras aparecem no plural: semelhanças e diferenças.

Não há muito o que se acrescentar ao que já foi dito nos vídeos relacionados às faixas etárias anteriores, mas a gente pode reforçar e ampliar um pouco mais as propostas, principalmente se considerarmos que a geometria, de forma mais explícita, passa a fazer parte dessa conversa.

Não podemos esquecer jamais de que estamos falando de aprendizagem de crianças, que aprendem brincando. Por isso não existe a necessidade de se criar aulas expositivas para trabalhar conceitos formais.

Os professores precisam pensar em atividades, criar situações de aprendizagem que levem em consideração a dimensão do brincar, mas todas as situações devem ser criadas com clareza e riqueza de intencionalidade pedagógica, para que se saiba, de fato, o que se quer alcançar com aquela atividade ou aquele grupo de atividades.

Um contexto muito interessante para se observar formas geométricas é a análise de obras de arte que fazem uso desse recurso. As crianças, organizadas em duplas ou grupos, podem fazer um levantamento de quais formas geométricas estão presentes nas obras, ou mesmo formas que possuem simetria ou se assemelham a figuras geométricas já conhecidas.

Também é possível propor às crianças que construam objetos artísticos utilizando formas geométricas. E esses objetos podem ser planos e bidimensionais, ou tridimensionais. Deve-se oportunizar, claro, a comparação entre essas construções.

Uma atividade muito interessante, também, é a reprodução de um desenho ou uma figura tridimensional utilizando diferentes pontos de vista, como por cima, por baixo, ou pelo lado. E a representação bidimensional, por meio de um desenho, de uma forma tridimensional, é algo bem desafiador.

Por exemplo, que figura é essa?

E essa aqui?

Enfim, é um círculo ou um quadrado? Na verdade, é um cilindro.

Você caiu nessa?

Ainda falando das formas geométricas, aos poucos, sem a preocupação com formalização de conceitos, podem ser propostas às crianças atividades para verificação e adequação de vocabulário.

Elas podem ter contato com triângulos com diferentes classificações, como acutângulo e obtusângulo ou retângulo, equiláteros, escalenos e isósceles. 

A exploração desses diferentes tipos de triângulos, como já dito, não objetiva a formalização de conceitos nem a aprendizagem de vocabulários rebuscados e ainda sem sentido, mas sim a oportunidade de serem percebidas semelhanças e diferenças entre essas figuras.

A percepção de semelhanças e diferenças permite que sejam feitas diferentes classificações.

Diferenças entre figuras planas e figuras sólidas também podem ser exploradas, com o objetivo de se estabelecerem comparações entre um quadrado e um cubo, um círculo e uma esfera, um triângulo e uma pirâmide, bem como a relação de semelhança entre essas figuras e formas e objetos presentes no nosso cotidiano, como a arquitetura de um telhado de uma casa, portas e janelas, pneus dos carros, bola de futebol, um dado, a tela de uma TV, o formato de um copo, entre outros.

Enfim, o investimento em atividades de observações, explorações, manuseios com o objetivo de que comparações sejam estabelecidas, é o ponto central aqui.

E aí, o que você achou desse objetivo de aprendizagem e desenvolvimento?

Grande abraço! Tchau!